Candida auris: o que é, como prevenir e como controlar surtos em ambientes hospitalares

Pesquisadora segurando placa de Petri com colônia fúngica, representando análise laboratorial durante surto de Candida auris

Em 2023, o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, enfrentou um surto de Candida auris, um superfungo muito resistente que vem despertando preocupação especialmente entre os profissionais da área de Diagnóstico e Higiene Epidemiológica e Laboratorial (DHEL). 

Identificado pela primeira vez em 2009, no Japão, esse microrganismo tem se espalhado globalmente, com surtos cada vez mais frequentes em ambientes hospitalares.

No Brasil, por exemplo, a chegada dele veio uma década depois. A descoberta do primeiro caso de Candida auris ocorreu em 2020, em um hospital de Salvador. Nos anos seguintes, ocorreu também um surto do superfungo no Recife

Basicamente, esses surtos ocorreram, porque não é tão fácil fazer uma identificação rápida dele através dos métodos laboratoriais convencionais. Além disso, os desafios de retirar esse microrganismo do ambiente hospitalar também ajudaram nesse cenário.

Para os especialistas da Med Supply, a preocupação com a prevenção e o controle de infecções como essa deve ser constante, já que estão na linha de frente para conter a disseminação de patógenos desse tipo. 

Continue a leitura e entenda melhor:

  • O que é o Candida auris?
  • Principais riscos e desafios relacionados ao microrganismo
  • Quais os sintomas do Candida auris? Como identificar se um paciente está com a doença?
  • Como é feito o exame para identificar o Candida auris?
  • Paciente foi confirmado com Candida auris, o que fazer? 
  • Limpeza e desinfecção de Candida auris em uma única etapa com Surfa Safe e Surfanios
  • FAQ: dúvidas frequentes sobre o superfungo
  • Conclusão: prevenção e resposta rápida são essenciais

O que é o Candida auris?

Candida Auris é um superfungo que tem uma taxa de mortalidade preocupante. Segundo a nota técnica da Anvisa, entre 30% e 60% dos pacientes com infecções de corrente sanguínea causadas por Candida auris acabam não resistindo e morrem.

Apesar de ser da mesma família da Candida albicans, causadora da candidíase, ele se difere muito dela. 

Principais riscos e desafios relacionados ao microrganismo

A seguir, veja os principais riscos e desafios relacionados a esse microrganismo.

1. Resistente aos medicamentos e vários tipos de desinfetantes

Um dos principais problemas é que a Candida auris tem uma grande resistência aos medicamentos mais comuns para tratar doenças causadas por fungos (como Fluconazol, Anfotericina B ou Equinocandinas A).  

Além disso, ele pode se manter ativo no ambiente por bastante tempo, chegando a durar semanas ou até meses. Ele também é resistente a diferentes desinfetantes, especialmente os que utilizam quaternário de amônio em sua composição.

No entanto, hospitais que utilizam os desinfetantes Surfa Safe Premium e Surfanios Premium têm maior controle sobre infecções causadas pelo fungo. 

Esses produtos, além de terem laudo confirmando a eficácia, oferecem proteção máxima tanto na limpeza concorrente quanto na terminal, eliminando até os patógenos mais resistentes.

– Leia também: RDC 700/2022: conheça a regulamentação para registro de produtos antimicrobianos

2. Pode causar infecções invasivas graves

O superfungo pode causar infecções invasivas consideradas graves. Uma delas são as infecções na corrente sanguínea, que podem ser fatais, principalmente em pacientes com imunidade comprometida ou com outras condições de saúde.

Quais os sintomas do Candida auris? Como identificar se um paciente está com a doença?

Paciente em leito hospitalar, representando casos graves associados aos sintomas do Candida auris
Imagem: Freepik

Identificar a infecção por Candida auris em um paciente pode ser desafiador, mas há algumas etapas e sinais importantes que ajudam no diagnóstico. 

Os sintomas do Candida auris variam dependendo da localização da infecção. Naqueles que estão na corrente sanguínea (candidemia), os pacientes podem apresentar febre persistente, fadiga, dor generalizada e sinais de sepse. 

Como eles são semelhantes a outras infecções, é necessário realizar exames laboratoriais para confirmar a presença do fungo.

– Leia também: Protocolo de sepse: o que é e como otimizá-lo para uma assistência mais eficiente e econômica

Como é feito o exame para identificar o Candida auris?

A identificação de Candida auris é um processo que envolve várias etapas e métodos laboratoriais especializados, devido às dificuldades associadas a sua detecção. Aqui estão os principais passos do processo de identificação, segundo a ANVISA:

1. Coleta de amostras

Amostras clínicas devem ser coletadas de pacientes com suspeita de infecção ou colonização por C. auris. Elas podem incluir sangue, secreções, ou amostras de feridas.

  • Coletas de amostras ambientais

Colete amostras de locais de alto contato, como grades de cama, ventiladores, monitores e termômetros digitais, usando esponjas de celulose com haste plástica ou gazes estéreis. 

Em seguida, envie as amostras em sacos plásticos estéreis para o laboratório, onde serão cultivadas em meio Sabouraud dextrose com 10% de NaCl.

Para mais informações, leia a nota técnica da ANVISA sobre a identificação, prevenção e controle de infecções por Candida auris

  • Coletas de amostras de pacientes

Colete amostras das regiões axilar e inguinal com swabs estéreis e coloque-os em tubos cônicos com o meio adequado e antibióticos (imipenem/meropenem e vancomicina). 

Inclua também amostras de urina de pacientes com sonda vesical e outras, caso haja suspeita de infecção secundária. 

Após o repique, acondicione as culturas em frascos ou placas identificadas com os dados do paciente. Para o transporte, siga as normas da IATA (se for por avião) e a RDC 504 da ANVISA, utilizando embalagens apropriadas, com todas as informações de segurança e biossegurança.

2. Método de identificação da Candida auris

A identificação precisa da Candida auris ainda é um grande desafio. Técnicas convencionais, amplamente utilizadas em laboratórios, muitas vezes não são confiáveis para distinguir essa espécie de outras leveduras. 

Já métodos mais precisos, como o MALDI-TOF (Matrix-Assisted Laser Desorption/Ionization Time of Flight), exigem estrutura laboratorial e protocolos específicos.

Essa dificuldade na identificação retarda o reconhecimento de surtos, favorecendo a disseminação do fungo em ambientes hospitalares e comprometendo o controle de infecções.

Paciente foi confirmado com Candida auris, o que fazer? 

Após a confirmação da detecção, notifique imediatamente o caso à Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e à Anvisa, que poderão iniciar investigações epidemiológicas e implementar ações de controle.

Como prevenir o seu hospital do surto de Candida auris? Aqui estão algumas medidas importantes:

  1. Higiene das mãos: A lavagem das mãos deve ser rigorosamente realizada antes e depois do contato com os pacientes. Utilizar água e sabão ou soluções antissépticas à base de álcool é essencial;
  2. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): Utilize EPIs adequados, como luvas e aventais, quando entrar em contato com pacientes suspeitos ou confirmados com o fungo Candida auris. Isso ajuda a prevenir a transmissão cruzada;
  3. Desinfecção de Superfícies: O Candida auris pode persistir em superfícies por semanas ou meses. Portanto, é fundamental usar desinfetantes eficientes e seguir os protocolos de limpeza e desinfecção rigorosamente, de acordo com as orientações da Nota Técnica GVIMS/GGTES/Anvisa Nº 02/2022;
  4. Comunicação clara: É vital que a equipe de enfermagem mantenha um fluxo de comunicação aberto e eficiente com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para relatar prontamente quaisquer casos suspeitos ou confirmados;
  5. Treinamento contínuo: Participar de treinamentos e workshops sobre controle de infecções e vigilância laboratorial é importante para que os enfermeiros estejam sempre atualizados sobre as melhores práticas.

Especificamente para a limpeza de superfícies, a ANVISA fez um infográfico com as seguintes orientações: 

Instruções da ANVISA de limpeza de superfícies em surtos de Candida auris
Créditos imagem: NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 02/2022

Créditos imagem: NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 02/2022

Limpeza e desinfecção de Candida auris em uma única etapa com Surfa Safe e Surfanios

Garanta a segurança do seu ambiente hospitalar com desinfetantes de nível intermediário que oferecem proteção eficaz contra Candida auris e outros patógenos resistentes. 

O Surfa Safe e Surfanios têm laudo de eficácia contra a Candida auris e as melhores vantagens do mercado:

  • 🟢 Facilmente biodegradável;
  • 🌿 Fórmula sinérgica com eficácia antimicrobiana, mesmo em condições de sujeira;
  • 🚫 Não irritante, sem corante e sem álcool;
  • ⏱️ Eficácia rápida: a partir de 1 minuto;
  • 💧 Sem enxágue: limpeza e desinfecção em uma única etapa.

– Leia também: Desinfetante de alto nível: o que é, tipos e como escolher o mais adequado

FAQ: dúvidas frequentes sobre o superfungo

Separamos a seguir as principais dúvidas sobre o superfungo. Algumas já foram respondidas ao longo do texto, mas reunimos tudo nesta seção para facilitar a sua consulta. Confira!

O que é Candida auris?

Candida auris é um superfungo identificado pela primeira vez em 2009 e que desde então tem se espalhado globalmente, especialmente em ambientes hospitalares. Ele é altamente resistente a medicamentos antifúngicos e desinfetantes comuns, o que o torna um desafio para os profissionais da saúde.

Quais os sintomas do Candida auris?

Os sintomas variam conforme o local da infecção. Quando afeta a corrente sanguínea (candidemia), pode causar febre persistente, fadiga, dores generalizadas e sinais de sepse. Por serem sintomas semelhantes a outras infecções, é essencial realizar exames laboratoriais específicos para confirmação.

Como se pega o fungo Candida auris?

O fungo se dissemina principalmente em ambientes hospitalares por meio do contato com superfícies contaminadas ou entre pacientes, especialmente aqueles que utilizam dispositivos invasivos ou que estão imunocomprometidos.

Onde aparece com mais frequência o Candida auris?

O superfungo aparece com maior frequência em unidades de terapia intensiva (UTIs), hospitais e outros ambientes de saúde onde há pacientes com sistema imunológico enfraquecido, longas internações ou uso de dispositivos invasivos.

Candida auris cresce em qual meio de cultura?

Para cultivo e identificação em laboratório, o Candida auris pode ser isolado em meio Sabouraud dextrose com 10% de NaCl. A identificação precisa, no entanto, exige métodos avançados como o MALDI-TOF, já que técnicas convencionais podem não distinguir corretamente a espécie.

Conclusão: prevenção e resposta rápida são essenciais

Diante do crescimento dos surtos de Candida auris no Brasil e no mundo, fica evidente a necessidade de uma atuação ágil e preventiva por parte das instituições de saúde.

A dificuldade de diagnóstico pelos métodos laboratoriais convencionais, somada à alta resistência do fungo a medicamentos e desinfetantes comuns, torna esse microrganismo um dos maiores desafios para equipes de controle de infecção hospitalar.

Nesse cenário, a adoção de protocolos rigorosos de higiene, uso de desinfetantes com eficácia comprovada e a capacitação contínua das equipes são medidas indispensáveis.

Com estratégias adequadas e tecnologias validadas, é possível reduzir significativamente os riscos de disseminação e proteger tanto os profissionais da saúde quanto os pacientes mais vulneráveis.

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Referências:

*Imagem da capa: Freepik

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