Quem atua em serviços de saúde sabe: basta um descuido com agulhas, lâminas ou outros instrumentos para que um simples procedimento se transforme em um risco real à saúde dos profissionais. É por isso que a NR-32 traz regras claras para prevenir acidentes com materiais perfurocortantes.
Mais do que protocolos, essas medidas são ferramentas de proteção à vida de quem cuida de outras vidas. Se você faz parte de uma instituição de saúde, é essencial conhecer os principais pontos da norma e como aplicá-los de forma efetiva.
O que são materiais perfurocortantes?
A norma define como perfurocortantes todos os instrumentos usados na assistência à saúde que possuam ponta ou gume, ou seja, que possam furar ou cortar. Entram nessa categoria agulhas, bisturis, ampolas de vidro quebradas, entre outros.
Quando falamos em prevenção, o foco está tanto no cuidado com o manuseio quanto na adoção de dispositivos de segurança
Nesse ponto, vale destacar um trecho da NR 32: “32.2.4.15 São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas.”
Essa determinação é importante porque garante maior segurança no ambiente de trabalho, reduzindo riscos de acidentes com perfurocortantes.
Um exemplo de dispositivo que atende plenamente a essa exigência são as agulhas com proteção retrátil, como a Seringa de Segurança Retrátil Sol-Care com e sem agulha, da marca Sol-Millennium.
Ambas estão em total conformidade com a NR 32, pois esses modelos fazem a retração total da agulha para dentro do cilindro da seringa, impedindo o reencape e a reutilização.
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O que a NR-32 exige para prevenir acidentes com perfurocortantes?
A norma determina que todo serviço de saúde elabore e implemente um Plano de Prevenção de Riscos com Perfurocortantes. E isso não deve ser feito de forma isolada: o plano precisa envolver diferentes áreas e ser sustentado por análise de riscos, capacitação e acompanhamento contínuo.
Veja os principais pontos:
1. Comissão Gestora Multidisciplinar
A instituição de saúde deve montar uma comissão específica para diminuir os riscos de acidentes com materiais perfurocortantes. Ela deve ser formada pela direção clínica, enfermeiros e profissionais representantes de áreas estratégicas, como:
- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPA);
- Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT);
- Comissão de Controle de Infecção Hospitalar;
- Pessoa responsável pela criação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS).
2. Análise de riscos e acidentes
A comissão deve investigar acidentes já ocorridos, mas também analisar de forma ativa as situações de risco nos diferentes setores, cruzando informações do:
- Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR): documento obrigatório previsto na NR-01 e tem como objetivo identificar, avaliar e controlar os riscos existentes no ambiente de trabalho.
- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO): previsto na NR-07, é complementar ao PGR e tem foco na saúde dos trabalhadores.
Esses dados ajudam a definir prioridades e onde agir primeiro.
3. Estabelecimento de prioridades
Com base nessas análises, a equipe deve focar nos cenários mais críticos:
- Situações com maior risco de transmissão de doenças pelo sangue;
- Procedimentos com alta frequência de acidentes;
- Etapas como limpeza ou descarte com maior exposição;
- Número de trabalhadores afetados.
4. Medidas de controle em ordem de prioridade
A NR-32 estabelece uma hierarquia clara de ações:
- Eliminar o uso de perfurocortantes sempre que possível;
- Implantar coletores de descarte;
- Utilizar materiais com dispositivo de segurança, como Seringa de Segurança Retrátil Sol-Care sem agulha, da marca Sol-Millennium, quando disponíveis;
- Rever rotinas de trabalho e capacitar continuamente.
Na prática, a primeira medida (eliminar o uso de perfurocortantes) ainda é inviável, já que agulhas, bisturis e outros materiais são indispensáveis em diversos procedimentos de saúde.
Por isso, ganha ainda mais importância a terceira medida, que prevê o uso de dispositivos de segurança, como a seringa Sol-Care.
5. Escolha de materiais mais seguros
A substituição de materiais deve ser planejada e testada antes de ser adotada em larga escala. A comissão precisa avaliar:
- Quais dispositivos devem ser substituídos primeiro;
- Quais critérios usar para testar e selecionar novos materiais;
- Como o material se comporta na prática em relação à segurança, ao cuidado com o paciente e à eficiência do procedimento.
6. Treinamento da equipe
Todo trabalhador deve receber capacitação antes de manusear perfurocortantes, com atualizações regulares.
Os treinamentos precisam ser registrados com informações completas sobre conteúdo, datas, carga horária, responsáveis e lista de participantes.
7. Cronograma e acompanhamento
O plano deve incluir um cronograma claro, com prazos definidos para cada etapa. Esse documento precisa estar disponível para fiscalização e consulta pelos trabalhadores.
8. Monitoramento e avaliação
O plano não pode ser estático. Ele precisa ser revisto pelo menos uma vez por ano ou sempre que houver mudanças nos processos de trabalho. A análise de acidentes e exposições é o principal indicador da eficácia das ações.
9. Descarte correto e proibições importantes
A norma também estabelece condutas obrigatórias no descarte de materiais:
- O profissional que utilizou o objeto é o responsável pelo descarte imediato;
- É proibido reencapar agulhas manualmente ou desconectá-las sem dispositivos adequados;
- Os coletores de perfurocortantes devem estar em suportes exclusivos, posicionados em altura acessível e segura.
- O nível máximo de enchimento dos coletores de perfurocortantes deve ser respeitado, devendo ficar a 5 centímetros abaixo da abertura do recipiente.
FAQ: as pessoas também perguntam
Acidentes com materiais perfurocortantes envolvem perfurações ou cortes causados por objetos como agulhas, bisturis, ampolas quebradas e lâminas. Esses eventos geralmente ocorrem durante procedimentos assistenciais, descarte inadequado de materiais, reencape manual de agulhas (prática proibida) ou durante a limpeza e transporte de instrumentos contaminados.
O protocolo inclui interromper o procedimento, lavar o local com água e sabão (sem espremer), comunicar imediatamente o serviço de saúde ocupacional, registrar o acidente e iniciar avaliação médica. Dependendo do risco, podem ser indicados exames laboratoriais, identificação do paciente-fonte e início da profilaxia pós-exposição, além do acompanhamento clínico conforme o PCMSO.
O principal risco é a exposição a agentes biológicos, especialmente vírus como HIV, hepatite B (HBV) e hepatite C (HCV). Além disso, esses acidentes podem causar ferimentos físicos, sofrimento emocional, afastamentos do trabalho e impactos legais ou institucionais para o serviço de saúde.
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A Seringa de Segurança Retrátil Sol-Care, da Sol-Millennium, foi desenvolvida para atender às exigências da NR-32, oferecendo proteção real para os profissionais da saúde.
Com sistema de retração manual, trava de segurança, bico Luer Lock e êmbolo anti-reuso, é uma solução confiável para quem busca mais segurança no cuidado diário.
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Referências:
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 32 (NR-32): segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Atualizada até a Portaria MTP nº 4.219, de 20 de dezembro de 2022. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-32/view. Acesso em: 8 jul. 2025.
Imagem de capa: Freepik/EyeEm

Enfermeira formada pela Universidade FUMEC | Especialista em Auditoria e Gestão da Qualidade pela Universidade UNA | Consultora Técnica na empresa Med Supply.