Se você atua no cuidado de pacientes oncológicos, já deve ter presenciado o quanto os efeitos adversos do tratamento vão além do controle da doença. A síndrome mão-pé, uma reação cutânea comum em terapias com quimioterápicos e drogas-alvo, é um desses desafios que exigem vigilância constante da equipe assistencial.
Nesse cenário, o papel da equipe multidisciplinar é fundamental: reconhecer os sinais precoces, aplicar os protocolos corretos e orientar o paciente com segurança.
Nós, da Med Supply, estamos ao lado dos profissionais de saúde, oferecendo produtos específicos para o cuidado da pele e suporte técnico especializado para que o manejo da síndrome mão-pé seja feito com eficiência, sensibilidade e base em evidências.
O que é a síndrome mão-pé na oncologia?
A Síndrome Mão-Pé (SMP) — também conhecida como eritrodisestesia palmo-plantar, eritema acral, reação de Burgdorf ou síndrome de Lokich-Moore — é uma reação cutânea tóxica que ocorre com frequência em pacientes oncológicos em tratamento com quimioterápicos e terapias-alvo.
Trata-se de uma condição considerada clinicamente relevante, com potencial impacto na qualidade de vida e, em casos mais severos, podendo ser um fator preditivo de morbidade e mortalidade.
A incidência da SMP varia bastante, afetando entre 20% e 60% dos pacientes, dependendo da medicação utilizada.
Principais causas
Alguns fármacos têm maior associação com o surgimento da síndrome, entre eles:
- Capecitabina
- Doxorrubicina lipossomal
- 5-Fluorouracil (5-FU)
- Taxanos (como docetaxel e paclitaxel)
- Outros agentes, como mitotano, ciclofosfamida, citarabina, sorafenibe, sunitinibe e gefitinibe
Por que ela atinge as mãos e os pés?
Embora ainda não se saiba exatamente porque ela aparece, existem alguns fatores que contribuem para isso:
- As variações de temperatura nessas regiões;
- A grande quantidade de vasos sanguíneos pequenos, que facilita a chegada do medicamento à pele;
- A alta concentração de glândulas sudoríparas (écrinas), que podem eliminar parte do quimioterápico;
- A renovação rápida das células da pele nessas áreas;
- E a presença intensa de queratinócitos, células que são especialmente sensíveis aos efeitos tóxicos dos quimioterápicos.
Sinais e sintomas
Os primeiros indícios da síndrome mão-pé costumam ser relatados pelos pacientes como formigamento nas mãos e/ou pés. Em poucos dias, esse desconforto pode evoluir para dor significativa, mesmo na ausência de vermelhidão.
Conforme o quadro se desenvolve, outros sintomas podem surgir, como:
- Dormência, alterações na sensibilidade (disestesia e parestesia);
- Inchaço nas regiões afetadas;
- Sensação de queimação ou pontadas nas palmas, dedos, solas dos pés e planta dos dedos;
- Dor intensa ao caminhar ou manusear objetos, dificultando atividades básicas do dia a dia;
- Vermelhidão mais intensa, espessamento da pele e, em casos mais graves, rachaduras e fissuras cutâneas;
- Descamação úmida, feridas abertas, vesículas e até bolhas;
- Ressecamento, pele mais fina e coceira persistente.
Embora o nome da síndrome indique o acometimento principal das mãos e dos pés, outras áreas do corpo também podem ser afetadas, como o pescoço, axilas, virilhas, tronco, pernas e a região abaixo do esterno (infraesternal).
Como prevenir e tratar a Síndrome Mão-Pé
O tratamento da Síndrome Mão-Pé (SMP) precisa ser abrangente e adaptado a cada caso. As estratégias terapêuticas incluem cuidados tópicos e sistêmicos, medidas não farmacológicas e, quando necessário, ajuste da dose do quimioterápico.
Tratamentos tópicos
- Cremes emolientes e hidratantes com ureia e aloe vera (babosa)
Manter a pele hidratada é uma das medidas mais eficazes para prevenir a progressão da síndrome mão-pé, especialmente nos casos leves.
Cremes com ureia são muito utilizados por ajudarem a manter a umidade da pele, reforçar a barreira natural de proteção e, em concentrações mais altas, promoverem uma leve esfoliação que facilita a absorção de outros ativos.
A presença de Aloe vera também agrega valor ao cuidado, pois tem propriedades hidratantes, anti-inflamatórias e regeneradoras, que ajudam a aliviar o desconforto e favorecem a recuperação da pele.
Há casos documentados de melhora em até 10 dias com o uso do creme à base de babosa, um tempo inferior à média observada após a suspensão da quimioterapia.
Nesse contexto, a Pielsana Loção Hidratante | DBS se apresenta como uma solução completa e segura para o cuidado diário da pele sensível.
Com uma fórmula cuidadosamente elaborada, combina ureia, Aloe vera, óleo de girassol (rico em ácido linoleico), D-pantenol, vitaminas A e E, entre outros ativos reconhecidos por sua ação hidratante, calmante e restauradora.
Leve, de rápida absorção e fácil de aplicar, a Pielsana contribui para a manutenção da integridade da pele, ajudando a prevenir rachaduras, ressecamentos e irritações comuns na SMP.
Por ser indicada inclusive para idosos, gestantes, acamados e pacientes com diabetes, é uma opção versátil e segura para diferentes perfis de pacientes oncológicos.
- Corticosteroides, antimicrobianos e antifúngicos
São indicados quando a síndrome mão-pé evolui com inflamação ou risco de infecção:
- Corticosteroides tópicos (como clobetasol e mometasona) ajudam a controlar a inflamação local e podem ser mais eficazes com curativos oclusivos.
- Antimicrobianos (como mupirocina e ciprofloxacina) são usados para prevenir ou tratar infecções bacterianas nas lesões.
- Antifúngicos (como terbinafina e fluconazol) são recomendados em casos de infecção fúngica confirmada, como onicomicose.
Tratamentos sistêmicos (via oral)
Tratamentos sistêmicos (via oral) são usados principalmente para alívio da dor e controle dos sintomas mais intensos da síndrome mão-pé:
- Piridoxina (Vitamina B6): pode ajudar na prevenção quando combinada com capecitabina, mas não impede todos os casos;
- Vitamina E: tem mostrado efeitos positivos em casos clínicos, possivelmente por sua ação antioxidante.
- Analgésicos e anti-inflamatórios: anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para dor leve; corticosteroides orais ou opióides nos casos mais graves;
- Fórmulas da medicina tradicional chinesa (como Tao-hong-si-wu-Tang): utilizadas em alguns casos para reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida.
Medidas não farmacológicas e cuidados de suporte
Algumas medidas são a crioterapia (com gelo ou luvas frias), que reduz a inflamação ao limitar o fluxo sanguíneo local, e a hidroterapia, que promove hidratação e alívio da dor.
Também são recomendadas práticas simples, como manter uma hidratação oral adequada, fazer automassagens com hidratantes, usar calçados fechados e confortáveis, evitar fricção nas mãos e pés, e elevar os membros durante a infusão do quimioterápico.
A proteção contra o sol e uma alimentação equilibrada também ajudam a preservar a integridade da pele e a qualidade de vida do paciente.
4. Ajuste da dose do quimioterápico
Quando a SMP atinge graus mais severos, pode ser necessário reduzir a dose do medicamento ou suspender temporariamente o tratamento.
Essa decisão deve ser tomada com cuidado, pois afeta o controle da doença e pode impactar diretamente a qualidade de vida e o prognóstico do paciente.
Em muitos casos, a síndrome regride com a redução da dose ou a interrupção do fármaco, especialmente quando ainda não há ulcerações profundas.
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Referências:
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